sexta-feira, 25 de julho de 2014

Cora de coração

(...)As caixas eram de papelão, forradas com papel celofane. Após terminar de colocar os doces ela era fechada e embrulhada com um papel especial e amarrada com um barbante ornado com um delicado fio metálico enrolado em espiral (...) Um comprador visitante aguardava serem preparadas as suas caixas. Quando as viu serem fechadas, sentenciou:
- Dona Cora, não precisa embrulhar, nem amarrar, estou com um pouco de pressa!
Sem nenhuma hesitação ou exaltação, Dona Cora limpou as mãos no avental, que sempre trazia à cintura, saiu de perto da mesa onde preparava as embalagens e calmamente disse:
- Fulano, da próxima vez que você vier a Goiás, levará meus doces. "DOCE MEU SÓ SAI DAQUI EM CAIXA EMBRULHADA E AMARRADA".
O visitante então abdicou da pressa e solicitou que o ritual fosse completado...
Cora Coralina - Doceira e Poeta



Nenhum comentário:

Postar um comentário